Relato submetido por Constantino Correia
Não há grandes tradições em Agroecologia e nem existe Política Pública claras na área de Agroecologia em Guiné Bissau. Apesar de no Pino Nacional de Investimento Agrário na sua Segunda Geração - PNIA 2ª Geração – Prevê ação de atenuação de Mudanças Climáticas, ações a dentem ao incentivo de uma proteção e priorização das Mulheres e Jovens, tendo em conta a importância que essas duas camadas sociais desempenham na dinâmica familiar na Guiné-Bissauu e em África em Geral. Essas ações podem ser enquadradas no âmbito da Agroecologia.
São os Projetos e as ONGs que mais actividades têm neste sector de Agroecologia e Agrofloresta. Principalmente as ONGs com o apoio de parceiros internacionais que continua a desenvolver mais actividades neste sector.
- A Guiné-Bissau, segundo a ONU, é o 2º País depois de Bangladesh mais vulnerável aos efeitos das Mudanças Climáticas.
- A minha experiência pode-se resumIr em 3 partes:
1ª – PDRI – Zona I – Sistemas Agroflorestais que me levou à Costa Rica 1988/1990
2ª – PASP – GITT – Na Provícia Leste – Regiões de Bafatá e Gabu – 1985/2001
3ª – KAFO – Sistemas Agroflorestais – Florestas Comunitárias e Agroecologia – 2000
➢ Inicialmente para atenuar os efeios da cultura de amendoim e do fogo florestal no recurso solo
➢ Florestas Comunitárias – dada a uma taxa elevada de degradação Florestal na Zona
➢ Zona de Grandes quantidades de Gado, principalmente Gado
Bovino/Transumância
PASP – GITT – Na Provícia Leste – Regiões de Bafatá e Gabu – 1985/2001 O GITT de forma integrada, praticam estas actividades:
- Agricultura
- Horticultura
- Pecuária
- Florestas /Gestão das Florestas Comunitária (GFC)
- Orizicultura/ em vales de água doce/ Bolanhas
Trabalhando em conjunto para uma melhor utilização de todos os recursos das Tabancas/Aldeia -Território
O GITT foi desenvolvido pelo Projeto Agro-Silvo-Pastoril – PASP, da Direção Geral das Florestas e Fauno do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, com o financiamento dos Países Baixos/Holanda e depois, proseguido por Uma ONG – APRODEL, criada para dar continuidade às acções do PASP
Projecto em Curso na Guiné-Bissau no domínio da Agroecologia:
1. Reforço da Capacidade de Adaptação e de Resiliência das Comunidades Vulneráveis das Zonas Costeiras da Guiné-Bissau aos Riscos Climáticos. PNUD.
2. Projeto de Promoção da Agricultura Inteligente para a Guiné-Bissau. Projecto está a actuar na Província Leste, Regiões de Bafatá e Gabú. Financiamento BOAD.
Os diferentes métodos e abordagens das organizações camponesas das Zonas de interveção do Projeto.
➢ Uma zona em que a intensidade da degradação dos recursos naturais é muito acentuada
➢ Uma utilização intensa do fogo como método de limpeza das terras para a agricultura e de locais de estabulação dos gados, para permitir uma maior visibilidade em caso de roubo, principalente o gado bovino, pois é a principal zona de prodição bovina do país;
➢ A missão de avaliação recomento a elaboração de um Manula para o Estado e para as diferentes ONGs que actuam no sector que se interessão deste método GITT, como foi constatado
A Missão de Avaliação do Proeto PASP recomendou a elaboração de um Manual GITT para uma melhor divulgação e apropriação do método GITT
O GITT assenta principalmente em:
- Responsabilizar plenamente as comunidades rurais em relação ao seu futuro; • Restaurar, preservar e melhorar o potencial dos recursos naturais; • Assegurar uma melhor gestão do espaço da tabanca/aldeia e dos recursos naturais eu integram o território;
- Integrar as actividades ligadas à agricultura, pecuária, floresta, pesca, etc; Agricultura: Promoção de produção hortícola e produção de arroz nos bas-fonds Pecuária: Promoção das actividades integradas da restauração da fertilidade dos solos e promoção de actividades lucrativas;
Floresta: Produção e conservação dos recursos florestais, através da Gestão Comunitária das Florestas;
- Melhorar a relação social entre os/as produtores/as
- Apoiar a tabanca a se dotar de uma forte organização e de estrutura de liderança nos assuntos do território.
A metodologia GITT consiste na sensibilização/animação, negociação com os diferentes parceiros, entre as quais, a própria comunidade local, homens, jovens com atenção especial para as mulheres, associações de base, ONGs, Serviços Desconcentrados do Estado e Privados.
As sessões de reuniões de reflexões e discussões são orientadas através das técnicas de Método Acelerado de Pesquisa Participativa (MAPP). Nesta ordem, as comunidades identificam e analisam os seus problemas, analisam as causas e consequências desses problemas e procuram soluções possíveis para cada problema identificado.
Os resultados desses diagnósticos são tratados e analisados e depois esquematizados através dum Plano de Gestão de Tabanca de 5 anos sugeitos à atualizações.
Em seguida estes Planos de Gestão são validados junto com os responsáveis da Comunidade Local e a Estructura de Enquadramento, na presença de Serviços de Estado e Autoridade Local que por sua vez legalizam oficialmente estes documentos.
A execução dos Planos fica na responsabilidade da própria comunidade com apoio da Estructura de Enquadramento e dos outros Serviços Técnicos Descentralizados do Estado nas Zones de implementaçãoo do GITT, na área de formação técnica, organizacional, playdoer, seguimento e avaliação.
No fim de cada ano, os Planos são avaliados para medir o impacto e uma replanificação é feita para melhorar as acções desenvolvidas ou aumentar.
A Abordagem GITT Assenta na filosofia de responsabilização das comunidades apoiando organizacionalmente os camponeses (nomeadamente na criação dos comités de gestão) e a sua formação (reforço de capacidades dos recursos humanos).
A animação rural é desenvolvido para elaboração Participativa e Consensual de Plano de Gestão dos recursos nas tabancas, formação e instalação dos comités GITT nas tabancas, responsabiliza-los para coordenar as actividades de desenvolvimento durável e sustentado da tabanca.
Os objectivos específicos do GITT são resumidos da seguinte maneira:
1- Reforçar as capacidades das organizações camponesas para dominar o processo de desenvolvimento participativo e auto sustentado;
2- Apoiar na criação de condições adequadas e favoráveis a autopromoção camponesa;
3- Apoiar as tabancas na elaboração de planos de desenvolvimento que contribuem para conservação e restauração do potencial de produção Agro-Silvo-Pastoril.
O sucesso duma abordagem GITT é condicionado pela tomada em conta dos princípios seguintes:
➢ Participativa:
É evidente que as comunidades rurais devem ser implicados em todas as etapas da abordagem como parceiros responsáveis do processo. A participação não pode ser efectiva sem uma implementação real da Descentralização.
Um dos objectivos da Gestão dos Recursos Naturais é de Devolver às comunidades o poder de decisão relativo a programação e execução das acções de desenvolvimento.
Os camponeses são responsáveis por seu próprio desenvolvimento com apoio metodológico e um investimento sócio produtiva.
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➢ Género:
Visa uma igualdade de oportunidades dos homens e das mulheres no processo de diagnóstico, elaboração, execução e avaliação dos planos de gestão. Homens e mulheres devem ter a mesma oportunidade de acesso as técnicas oferecidas.
➢ Ambiente:
A base de todos os planos de gestão é apoiar os camponeses em técnicas de gestão durável dos recursos naturais.
Gestão Integrada do Território da Tabanca (GITT):
✓ Gerência global na base de normas e regras de utilização/conservação equilibrada;
✓ Holística e na base dum plano de gestão, toma em conta todo o território da tabanca. Uso racionais dos recursos naturais da tabanca.
Gestão do Território: A comunidade conhece o seu território (onde comece e acaba); ✓ Estabelecer normas e regras de utilização dos recursos naturais ✓ Elaborar um plano de gestão
✓ Elaborar um plano de uso racional dos recursos naturais
Território: tomado em conta todo território até aos limites/fronteiras da tabanca
Gestão Integrada: Utilizar um sector em benefício do outro. Ex: agricultura- pecuária na compostagem, estabulação
✓ Criar/incentivar sinergias na área de desenvolvimento
✓ Complementaridade uns aos outros
✓ Harmonização de acções/intervenções
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Tabanca: incluindo todos grupos alvos na tabanca: mulheres, homens, jovens, responsáveis, etc.
Conceito GITT
GITT é um verdadeiro instrumento da comunidade que permite uma planificação descentralizada, de combate à pobreza, à fome, à insegurança alimentar, à promoção e equilíbrio económico e género. Por outro lado, é o resultado de uma solidariedade local, das acções partilhadas e de boa governação dentro da comunidade.
Noção sobre GITT
Acção do homem tornou-se em caso mais determinado na destruição do ambiente tais como:
✓ A pressão demográfico que implica a pressão humana e a pressão animal (sobre carga nas zonas de pastagem);
✓ As migrações humanas e a transumância incontroladas;
✓ Os sistemas inadaptados de exploração e de gestão dos recursos naturais. A Gestão Integrada do Território da tabanca (GITT) é uma abordagem de desenvolvimento rural baseada na participação e a responsabilização das comunidades rurais para melhor gerirem os recursos dum espaço definido no território a fim de assegurar a sua durabilidade.
A Gestão dos territórios está intimamente ligada às acções de ordenamento do território, as actividades de produção agro-silvo-pastoril e a criação de infra-estruturas socioeconómicas na perspectiva de um desenvolvimento durável ao nível local.
As condições para o sucesso da GITT:
▪ A descentralização;
▪ A coordenação da política nacional de desenvolvimento;
▪ A concertação entre os actores;
▪ O ambiente económico favorável;
▪ A segurança das questões da terra;
▪ A capacitação dos/as beneficiários/ as.
A importância de concertação entre os actores no quadro do GITT: ▪ A concertação interna permite tomadas de decisão de consenso e uma melhor organização para a conduta das acções;
▪ A concertação inter- tabancas é indispensável para a Gestão dos Recursos Comuns como zonas de pastagem, florestas, bolanhas, etc.
Essa concertação facilita igualmente a concretização de certas realizações sócio economicas que ultrapassam o nível duma só tabanca
▪ A concertação com e entre os parceiros externos permite melhor coordenação das acções no território, as sinergias e evita a duplicação das acções referentes a metodologia de elaboração dos planos GITT, os planos GITT são instrumentos
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da tabanca que nas Associações de base, apoiar a elaborar, mais que pertence a tabanca e que ela sozinha pode aplicar e negociar com outros parceiros.
Metodologia de elaboração do plano GITT
Fase e Etapa |
Resultados Previstos |
PREPARAÇÃO |
Tabanca participa no programa GITT e é consciente do conceito da GITT MAPP (Método Acelerado de Pesquisa Participativa) |
DIAGNOSTICO * Socio-económico * Físico |
Mapa detalhada do Território da Tabanca |
PLANIFICAÇÃO * Esquema de Ordenamento * Plano de Ordenamento * Plano de Gestão |
Documento Plano de Ordenamento da Tabanca. Documento Plano de Gestão da Tabanca Protocolo de acordo entre a tabanca e a autoridade local. |
EXECUÇÃO |
Relatórios Plano de Gestão revista |